Natural de Düsseldorf, na Alemanha, Vera Bohl tem vindo a construir uma carreira marcada por uma impressionante versatilidade artística. Com colaborações de peso no currículo — de Bon Iver a Kendrick Lamar, passando por Brian Eno e Mumford and Sons — a compositora, instrumentista e produtora foi distinguida com um Disco de Ouro pela BPI em 2013, pelo seu contributo em "Love to Blame", tema do álbum "The Girl Who Got Away", de Dido.
Atualmente radicada em Londres, onde leciona jazz, Bohl apresentou-se em 2024 no London Jazz Festival com um set a solo improvisado que deixou o público em suspenso. Esse momento ao vivo antecipou a estética do seu próximo trabalho discográfico, "Mudança", um projeto que, segundo a artista, "continua a debater as linhas entre a forma e a liberdade".
Com uma sonoridade que flutua entre o minimalismo neo-clássico, a improvisação crua e o jazz de raízes profundas, Vera Bohl não esconde a sua visão artística: "A improvisação é a única forma de expressar quem estamos em tempo real. Não esconde nada."
Mudança dá continuidade ao universo emocional e sonoro iniciado com o EP "Carrossel", agora ampliado por novas camadas de intimidade e instinto. Algumas faixas revelam-se como confissões ao piano, enquanto outras mergulham num experimentalismo libertador, numa oscilação constante entre o rigor da composição e o impulso espontâneo. Este equilíbrio reflete não só a trajetória nómada da artista, mas também as múltiplas influências culturais que permeiam o seu trabalho.
O primeiro single do álbum, "End of Reichenberger", já está disponível, revelando uma amostra do que está por vir — um convite imersivo à jornada musical que Vera Bohl propõe.
Epopeia | Foto:D.R.
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