Depois de nos dar a conhecer três dos temas que compõem o seu primeiro EP: 'Ser Pra Não Ser' ainda em 2024, e já em 2025, 'Casa' e 'Tá Em Aberto', o jovem natural do algarve apresenta agora as restantes canções numa compilação única, a sua estreia nos 'discos', com mais 3 inéditos.
Lançou há cerca de duas semanas dois singles 'Casa' e 'Tá Em Aberto' que comprovam que o primeiro single já era de facto sinal da distinção sonora que o cantor apresenta - não só musicalmente como líricamente. Formado no Hot Clube de Portugal, é nos género MPB, Jazz, Pop e ainda indie/bedroom pop num registo íntimo e orgânico, que Sandrino funde a sua arte, entregando temas únicos onde questiona o Ser, e temas filosóficos e utópicos que nos levam a acreditar que ainda existe muito para além do amor e ainda amor.
Este EP vive, maioritariamente, dessas questões, mas claro, conta com pelo menos duas faixas onde se aborda o amor relacional, não fosse ele o tema rei da arte de cantar, fazer canções e escrever poemas. 'Ser' é um EP erudito e destacável, pelo timbre do artista primeiramente, e depois porque alberga uma produção muito bem trabalhada com arranjos especiais, o que tornam o conjunto sonoro toda uma experiência.
Para além dos três temas já conhecidos, o artista apresenta agora mais três: 'Não Te Quero', 'Próximo Amor' e 'Superficial'. Sandrino apresenta o amor ainda de outras formas, como a auto-estima, o Ser para parecer ou Ser porque se é, e a questão da superficialidade que vivemos todos nos dias de hoje, na correria dos dias, na falta de tempo para efetivamente amar e "ter onde pousar" e ser feliz.
É no tema 'Não Te Quero', por exemplo, que o cantor mostra o poder da sua performance ao vivo, gravada num só take, focada na pureza e simplicidade artística de Sandrino, refletindo a sua capacidade ao vivo, sem as ferramentas modernas que simulam a perfeição. Puro e cru este 'Não Te Quero' que talvez nos fará tanto querer mais e mais.
Sandrino posiciona-se numa linha entre o indie alternativo e a MPB moderna, contando com claras influências de António Zambujo, Tim Bernardes, Caetano Veloso e João Gilberto.
Não é de todo coincidência que as canções deste primeiro EP têm entre si uma vibe coerente e nostálgica, com tons e notas que nos fazem viajar até à infância e a um passado longínquo, perdido mas persistente na memória coletiva. São esses os temas que inquietam o artista e que o fazem compor e cantar, à procura de algo maior do que ele próprio, em busca da sua essência e da essência de cada um de nós, de quem somos e o que estamos aqui a fazer.
A sonoridade do projeto, com influências de jazz, eletrónica e bossa nova, confere-lhe um caráter atemporal e um apelo além-fronteiras.
Para manter esse caráter orgânico, pouco digital e texturado, optou-se por gravações com instrumentos vivos, como bateria, percussão, baixo, guitarra, piano, acordeão e fliscorne, interpretados por músicos experientes. Destacam-se as colaborações de Tiago e Pedro Joaninho, Gabriel Salles, Hugo Portugal, Iúri Oliveira e Francisco Sá, que enriqueceram a sonoridade do EP, ao contribuir com a sua arte e com a sua visão. O mix e master é do engenheiro de som Pedro Serraninho, e a produção, claro, ficou a cargo de Francesco Meoli.
O visual de todo o curta-duração não é por acaso - acompanhado da estética gloriosa das câmaras VHS, looks ganga, cores vibrantes e saturadas, cenário dreamy e a procura constante de sair da monotonia do dia a dia (como tão bem nos explica nas suas canções).
'SER' passou a ser de todos, e encontra-se agora disponível em todas as plataformas digitais.