Faleceu esta
quinta-feira, aos 52 anos, o cantor Nuno Guerreiro, reconhecido vocalista da
banda Ala dos Namorados. A causa da morte terá sido uma infeção grave. A
notícia foi avançada pelo presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor
Aleixo, através das redes sociais. Natural de Loulé, Nuno Guerreiro
encontrava-se atualmente a trabalhar no Cineteatro Louletano, na área de
produção.
O próprio
Cineteatro confirmou o falecimento, ocorrido às 14h21 no Hospital de São
Francisco Xavier, em Lisboa. Numa nota partilhada, a equipa descreveu o cantor
como "um exemplo de profissionalismo, orgulho e entrega", manifestando profundo
pesar e choque perante a sua partida.
A notícia da
morte de Nuno Guerreiro gerou uma onda de comoção e homenagens por todo o país.
Manuel Luís Goucha foi dos primeiros a reagir, deixando uma emotiva mensagem
nas redes sociais:
"Obrigado pelo encantamento da tua voz e do teu talento! E sim, vai
pelo(s) céu(s) às cavalitas e que se soltem os beijos de quem lá mora e amas
(Sara Tavares). Por cá continuaremos a tentar caçar sonhos e sóis."
Também o
primeiro-ministro Luís Montenegro lamentou a perda:
"Hoje o mundo da música portuguesa ficou mais pobre. Nuno Guerreiro, da
banda Ala dos Namorados, deixou-nos aos 52 anos. Foram várias as músicas
cantadas por si que nos marcaram. À família e amigos, deixo as minhas sentidas
condolências."
A Banda da
Sociedade Filarmónica Artistas de Minerva de Loulé, com quem Nuno partilhou momentos,
escreveu:
"Não queremos acreditar. Depois de momentos tão bons que passaste com a
nossa filarmónica. Descansa em paz, grande NUNO. Como fazias questão de dizer:
Eu sou um GUERREIRO. Nunca te esqueceremos."
Miguel
Gameiro, dos Pólo Norte, lembrou os momentos partilhados com o cantor "no
palco, na estrada e na euforia do mundo das cantigas".
Já o maestro Rui
Massena destacou:
"Partiu um amigo com uma voz excecional. Nasceu cedo demais para um
país conservador e com pouca escala artística. O Nuno foi uma pessoa livre, e
um dos melhores seres humanos que conheci. Até sempre."
Várias
instituições culturais do Algarve, como o Teatro das Figuras e o Teatro Lethes,
prestaram tributo ao artista, recordando o seu talento, alegria e
profissionalismo em palco.
A cantora Viviane, também algarvia, desabafou:
"Partilhar o palco contigo era sempre uma festa! Não acredito que
partiste… é triste demais… injusto demais… Obrigada por teres feito parte da
minha vida, querido amigo!"
Os seus
companheiros do projeto "Zeca Sempre" expressaram a sua dor e deixaram um
último adeus:
"Hoje partiu o nosso irmão Nuno. Descansa em paz, Nuno."
António Manuel Ribeiro dos UHF, publicou o seguinte: "O alerta noticioso surgiu a meio da tarde, inesperado. E quando assim acontece, nestes tempos de fúria digital, é preciso confirmar. Ninguém sabia mais do que a notícia divulgada. O Nuno Guerreiro deixara esta fisicalidade, corpo, alma e voz, mas ficará para sempre o registo da sua obra e a voz única que lhe conhecíamos. Como a cor das nuvens que nos escondem o azul celeste neste fim de tarde, esta é uma notícia da tristeza da alma."
A banda Quinta do Bill também deixou a mensagem: "A música em Portugal fica hoje mais pobre, com o prematuro desaparecimento do Nuno Guerreiro. Ainda recentemente partilhamos o mesmo palco em Viana do Castelo e celebramos a música e os afetos."
Nuno
Guerreiro destacou-se no panorama musical português principalmente durante a
década de 1990, com a banda Ala dos Namorados, formada em 1992. Ficaram
célebres temas como "Solta-se o Beijo", "Fim do Mundo" ou "Loucos
de Lisboa". Ao longo da carreira, a banda lançou oito álbuns de estúdio,
dois álbuns ao vivo e uma compilação de grandes êxitos. O último disco, "Brilhará",
foi editado em 2023 com letras de grandes nomes da lusofonia, como Mia Couto,
José Eduardo Agualusa e Fernando Pessoa.
Além da Ala
dos Namorados, Nuno gravou quatro álbuns a solo e participou em vários projetos
musicais, como "Zeca Sempre", ao lado de Olavo Bilac e Tozé Santos. O
seu projeto mais recente, "Nuno Guerreiro & Mau Feitio", contava com
músicos algarvios e tinha dado vários concertos nos últimos tempos.
A música
portuguesa despede-se de uma das suas vozes mais singulares, que deixou uma
marca indelével na história cultural do país.