Mais nomes para o Festival MED 2019
O Festival MED anuncia mais dois nomes que irão juntar-se aos já confirmados artistas que farão parte do cartaz da sua 16ª edição. Gato Preto (Gana/Moçambique/Portugal) e Omiri (Portugal) têm também presença garantida naquele que é um dos principais festivais de World Music no circuito europeu.
Depois de um concerto cancelado devido à chuva na edição de 2018, os Gato Preto regressam na máxima força ao MED para dar tudo em palco, com toda a energia a que já habituaram o público.
Formados pela rapper, performer e letrista Gata Misteriosa - ela que cresceu nos arredores de Lisboa e tem ascendência moçambicana - e pelo produtor (beats e sintetizadores) ganês, há muito residente na Alemanha, Lee Bass - ele que também orgulhosamente congrega para a sua música a profunda tradição do highlife do Gana -, os Gato Preto nasceram em Dusseldorf, na Alemanha, em 2012 e começaram de imediato a marcar um território musical que é só deles.
Na sua música encontramos kuduro, baile funk e kwaito mas igualmente... punk e metal, rap e trap, afrobeat e afrohouse, para além de o duo fazer questão de homenagear explicitamente duas lendas maiores a quem a música atual tanto deve e que tantas vezes são esquecidas: George Clinton (o mentor dos Funkadelic e dos Parliament) e Lee "Scratch" Perry, o principal inventor do dub jamaicano.
E, depois de vários singles e EPs como "Tschukudu", "Dinheiro Negro", "Soundgals", "Pirao", "Barulho", "Soundgals", "Dia-D", "Take a Stand" ou "Feitiço", e de um álbum completo, "Tempo", editado em 2017, é agora a altura certa para ficarmos a conhecer a música futurista e pan-africana dos Gato Preto.
Artista convidado na apresentação do 15º Festival MED, em maio de 2018, no Cine-Teatro Louletano, Omiri é agora um dos integrantes do alinhamento musical do evento este ano.
Trata-se de um dos mais originais projetos de reinvenção da música tradicional portuguesa. E para reinventar a tradição, nada melhor que trazer para o próprio espetáculo os verdadeiros intervenientes da nossa cultura; músicos e sons de todo o país a tocar e a cantar como se fizessem parte de um mesmo universo. Não em carne e osso mas em som e imagem, com recolhas transformadas e manipuladas em tempo real, servindo de base para a composição e improvisação musical de Vasco Ribeiro Casais.
Também se propõe um baile onde todos os temas tocados são dançáveis, segundo o ritmo e o balanço das danças tradicionais e não só (repasseados, drum'n'bass, malhões, viras, break beat, corridinhos...).
Omiri é, acima de tudo, remix, a cultura do século XXI, ao misturar num só espetáculo práticas musicais já esquecidas, tornando-as permeáveis e acessíveis à cultura dos nossos dias, isto é, sincronizando formas e músicas da nossa tradição rural com a linguagem da cultura urbana. Em Omiri a música e cultura portuguesa é rica e gosta de si própria.
Estes nomes juntam-se aos já confirmados Marcelo D2 (Brasil), Mellow Mood (Itália), Marinah (Espanha), o projeto multicultural e transnacional The Turbans (Bulgária/Israel/Irão/Grécia/Turquia/Reino Unido), Kel Assouf (Níger/Bélgica), Selma Uamusse (Moçambique/Portugal), Orkesta Mendoza (Estados Unidos/México), Anthony Joseph (Trindade e Tobago), Moonlight Benjamin (Haiti/França), Dino D'Santiago (Portugal/Cabo Verde) Tshegue (Congo/França) ou aos portugueses Gisela João, Dead Combo, Diabo na Cruz, Cais do Sodré Funk Connection, Camané e Mário Laginha.
Recorde-se
que o Festival MED decorrerá de 27 a 30 de junho (este último, o "Dia Aberto"),
na Zona Histórica de Loulé, este ano ostentando o galardão de "Melhor
Contributo para a Sustentabilidade" na Península Ibérica, distinção alcançada
nos Iberian Festival Awards.
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