Joana Espadinha :: O Triunfo no Teatro Villaret
Foi uma noite triunfal aquela que Joana Espadinha viveu no passado dia 30 de outubro no Teatro Villaret. O desafio ainda que grande, fazia adivinhar uma noite inolvidável - a sala lisboeta encontrava-se esgotada. A noite era de celebração um ano depois da edição de "O Material Tem Sempre Razão", os convidados - Benjamim, Luísa Sobral e Samuel Úria - colocavam a fasquia a um nível elevado e Joana propunha-se olhar para o futuro, estreando em palco alguns temas novos.
E sim, ganhou. Ganhou e conquistou o público presente no Villaret. Se alguns dos presentes terão a música de Joana Espadinha nos seus players desde a edição de "Leva-me a dançar", o primeiro single retirado "O Material Tem Sempre Razão" ainda no início de 2018, já outros estariam a assistir a uma prestação ao vivo da cantautora pela primeira vez. Em comum, o arrebatamento que Joana, músicos e convidados neles provocaram.
Musicalmente, o concerto foi montado em torno das canções de "O Material Tem Sempre Razão". À excepção de "Por Um Fio", todas as outras canções que compõem o álbum subiram a palco com evidente destaque para singles publicados: "Leva-me a dançar", "Pensa Bem", o recente "Qualquer Coisa" ou o tema-título do álbum "O Material Tem Sempre Razão". E foi precisamente este último que mereceu a entrada do primeiro convidado, Benjamim, que trouxe com ele ainda "Zero a zero", canção com marcou a participação de Joana no Festival da Canção e "teima" em ser um dos seus temas mais populares.
Por esta altura já Joana havia estreado "Queda para a desgraça" que, inicialmente pensado para ser interpretado em parceria com Luísa Sobral, acabou por ser partilhado com Margarida Campelo, a voz feminina e teclista da banda de Joana Espadinha. Já Luísa, ainda que enferma de uma inesperada amigdalite, fez questão de assistir a todo o concerto a partir da plateia.
Com a chegada do segundo convidado e depois de um arrepiante dueto em "Lenço Enxuto", escutou-se "Mau Feitio", a segunda estreia da noite. Samuel Úria juntou-se naquele que, adivinhamos, venha a ser uma das novidades que Joana Espadinha nos trará em 2020, tranquilizando-nos quanto às novidades que sucederão o ímpar "O Material Tem Sempre Razão".
O encore relembrou-nos que o percurso de Joana começou uns anos antes com "Avesso" e que ainda que de lá até agora tenha moldado o seu percurso no sentido da "pop", existem naquele registo canções como "Sem Rede" ou "Ao seu dispor" que ombreiam com o repertório mais recente.
E, já "em ombros", a noite não terminou sem versões "corais" de "Pensa Bem" e "Leva-me a Dançar" de uma audiência ao rubro e, talvez o maior triunfo da noite, expectante do que o futuro próximo de Joana Espadinha trará. Afinal "O Material Tem Sempre Razão".
Valentim de Carvalho | Fotos: Joana Linda