Festival de Jazz Manouche regressa a Almada

11-05-2023

O Festival de Jazz Manouche regressa este ano depois do sucesso da primeira edição em 2022. O Cine Incrível – Alma Danada vai acolher cinco concertos, entre os dias 18 e 21 de Maio. O ciclo arranca, no dia 18, com Miss Manouche. No dia dia seguinte, 19, será a vez de atuar o duo de guitarras Mano a Mano, de André e Bruno Santos; segue-se depois a atuação de Tchavolo Schmitt. No dia 20 atuam Daniel John Martin & Romane. E o ciclo encerra, no dia 21, com Manouche Station e Dança Blues & Swing Lisboa.

O Jazz Manouche surge como expressão musical com o guitarrista cigano de etnia Manouche Django Reinhardt e do Quinteto do Hot Clube de França. Este quinteto manteve a sua atividade entre os anos 30 e 50 na Europa tendo como estética formal o Swing mas com a apropriação cigana sobre a influência de Django. A formação deste quinteto era particular por ser composto somente por instrumentos de cordas (três guitarras, violino e contrabaixo) e porque a improvisação de Stéphane Grapelli e Django Reinhardt era altamente criativa e enérgica.

O Jazz Manouche tem-se propagado e estabelecido em vários continentes, nomeadamente na Europa Central, com incidência em França, e nas Américas do Norte e do Sul bem como em alguns países na Ásia, tendo sempre como designação Hot Club, necessariamente associado ao Swing, hoje celebrado em todo o mundo.

Em Portugal esta história é ainda pouco contada e escrita, mas tem vindo a ser maturada ganhando mais músicos e entusiastas.

No dia 18 de Maio a abertura do Festival, às 21h, está a cargo de um dos grupos portugueses mais prestigiados e com mais anos de atividade em Portugal a tocar este estilo de jazz, Miss Manouche. O ritmo swing dos anos 20/30, a paixão fogosa do jazz cigano e da incontornável figura de Django Reinhardt são o cartão de visita do quarteto Miss Manouche.

No dia 19, às 21h, é a vez dos Mano a Mano: os irmãos André e Bruno Santos, são dois dos guitarristas mais ativos do panorama nacional, com vários discos editados em nome próprio e participação em projetos variados (Maria João, Carlos Bica, Rita Redshoes, Salvador Sobral, entre outros).

Ainda no dia 19 de Maio, às 22h, sobe ao palco do Cine Incrível, Charles "Tchavolo" Schmitt, uma lenda do jazz manouche. Ouvir Tchavolo é vaguear pelos becos do Mercado de Chope des Puces em Saint-Ouen, viajar até a Alsácia e conhecer a tradição por detrás desta história ou viajar no tempo até Paris dos anos 50 e parar nos pequenos cafés da Porte de Montreuil ou no mítico Chope des Puces em Saint-Ouen.

No dia 20 às 21h será a vez de Daniel John Martin & Romane. Romane é uma referência incontornável e um sábio conhecedor do jazz francês na tradição de Django Reinhardt. Faz parte de um grupo de guitarristas contemporâneos que tornaram o gypsy jazz mundialmente conhecido. Daniel John Martin é um intérprete único, carismático e um dos mais talentosos e requisitados violinistas da sua geração. Nascido no Reino Unido, passou a sua infância em África e estudou violino nos conservatórios parisienses onde o jazz se tornou o seu primeiro amor.  O violino de Daniel juntou-se a grandes guitarristas ciganos mundiais como Boulou Ferré, Angelo Debarre e Romane, entre muitos outros.

O Festival termina no dia 21 de Maio com Manouche Station e a Escola de Dança Blues & Swing Lisboa, às 17h. Formado em 2015 por João Novais, Estação Manouche torna-se paragem obrigatória para descobrir os eternos temas do repertório do Jazz Europeu.

A Estação Manouche reproduz a sonoridade contagiante dos anos 20 e 30, prestando homenagem aos lendários músicos do Hot Club de France, Django Reinhardt e Stephane Grappelli, retratando o espírito boémio, de glamour e diversão que acompanham este estilo musical.

A acompanhar este concerto estarão os notáveis dançarinos da escola de dança Blues&Swing Lisboa. Às 16h haverá uma aula de dança aberta a todo o público que queira participar.

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