Com a capital rendida à edição de estreia, Sónar Lisboa regressa em 2023 nos dias 31 de março, 1 e 2 de abril

12-04-2022

Terminou no domingo, 10 de abril, a edição de estreia do Sónar Lisboa que, ao longo dos últimos 3 dias, acolheu cerca de 27.000 pessoas, oriundas de 60 países, com destaque para Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Irlanda, Bélgica, EUA e Países Baixos, que revelaram uma clara ânsia de descoberta e comunhão. O Sónar regressa a Lisboa em 2023, nos dias 31 de Março, 1 e 2 de Abril, e os Early Birds estarão disponíveis em breve no site oficial sonarlisboa.pt

Pelo festival passaram mais de 100 artistas, divididos entre as mais de 70 actuações do Sónar by Day e Sónar by Night, e as mais de 30 actividades do Sónar+D, que se distribuíram por quatro espaços emblemáticos da capital: o Pavilhão Carlos Lopes, o Coliseu dos Recreios, o Centro de Congressos de Lisboa e o Hub Criativo do Beato.

O programa Sónar by Day decorreu no sábado e domingo, num Pavilhão Carlos Lopes esgotado, onde o público pôde desfrutar de sets que ficarão para a história: o das duplas The Blaze e Overmono, e dos DJs India Jordan, Jayda G e Honey Dijon. Esta foi também a sala que recebeu as aclamadas atuações ao vivo do equatoriano Nicola Cruz, dos franceses Polo & Pan e do português EU.CLIDES.

Por seu lado, Sónar by Night recebeu a apresentação do novo álbum da portuguesa Pongo, que assinou um dos melhores momentos do festival. A argentina Arca, os peruanos Dengue Dengue Dengue, o lendário baixista norte-americano Thundercat e os DJ sets de estrelas como Dixon, Kampire e dos portugueses Nídia e Branko b2b Gafacci ficarão na memória de todos os presentes.

No sábado, o Coliseu dos Recreios teve casa cheia e uma receção eufórica aos aguardados DJ sets de Leon Vynehall e de Floating Points, a que se seguiu uma verdadeira explosão de energia em reação à atuação da dupla Bicep, que ao vivo libertou toda a potência do seu espectáculo.

Mas foi no Centro de Congressos de Lisboa que a pulsação bateu mais rápido. Tanto a noite de sexta-feira como a de sábado serão lembradas durante muito tempo em Lisboa. Até ao amanhecer, o Techno reinou em ambos os dias, graças a atuações de estrelas como Charlotte de Witte e Richie Hawtin, e de novos ídolos como Partiboi69, além das atuações ao vivo da dupla FJAAK, de Stingray 313 e do português Dust Devices. O formato b2b foi a grande surpresa da noite, uma vez que uniu pares invulgares tais como Ellen Allien b2b Dr. Rubinstein ou o já mencionado Richie Hawtin b2b Héctor Oaks. Nina Kraviz também brilhou, enquanto o português Lewis Fautzi jogou e venceu em casa.

O Sónar+D ocupou quatro edifícios do Hub Criativo do Beato - Factory Lisbon, Fábrica de Moagem do edifício da EGEAC, Confeitaria e Fábrica do Pão do edifício da start-up Lisboa Beato -, que acolheram três dias de atividades, numa das mais completas exposições de arte, criatividade e tecnologia de que há memória em quase 30 anos de Sónar. Mais de 30 atividades, incluindo palestras, conferências, debates, instalações e exposições, tiveram lugar ao longo do fim-de-semana. A grande resposta do público demonstrou o crescente interesse de Lisboa pela vanguarda musical, artística, criativa e tecnológica, que se desenvolveu em três eixos principais: a interaçãoo entre Inteligência Artificial, algoritmos e música; a interseção entre arte, ciência e ecologia; e o papel das tecnologias criativas na economia digital.

A Fábrica da Moagem permitiu aos participantes mergulharem na instalação de som e luz "Nati Infiniti" do italiano Alessandro Cortini, conhecido por ser um dos membros dos Nine Inch Nails.

Outro dos grandes momentos do Sónar+D Lisboa foi assinado pelo estúdio britânico Semicondutor, que apresentou a sua monumental instalação geológica imersiva "Earthworks" a uma audiência que pôde testemunhar em poucos minutos eventos que normalmente ocorrem durante vastos períodos geológicos.

O Sónar Lisboa apresentou ainda vários projetos de co-criação entre cientistas, investigadores da UPC (Universitat Politècnica de Catalunya) e músicos, que estão a investigar as novas possibilidades que a Inteligência Artificial traz para a música. O pianista e compositor Marco Mezquida manteve um diálogo permanente com um sistema de IA durante o seu concerto de sexta-feira, tal como o DJ catalão AWWZ na sua b2b com uma IA, convidando-nos a refletir sobre o futuro da profissão de DJ e a sua possível colaboração com a Inteligência Artificial.

No sábado, o estúdio catalão Hamill Industries apresentou "Training Virtual Dancers" e explicou os meandros da sua colaboração performativa com o bailarino Kianí del Valle, na qual música, projeção visual, dança e Inteligência Artificial trabalham como um único organismo.

A palestra inaugural da académica americana Kate Crawford e do artista Trevor Paglen, figuras de destaque na investigação e divulgação das implicações sociais e políticas da Inteligência Artificial (IA), foi das mais concorridas. Em conjunto, exploraram as questões mais actuais do debate nos domínios da IA e da política das novas tecnologias. O estudo das NFTs no mundo da Web3 por Bas Grasmayer e Kaitlyn Davies e a conversa com a DJ canadiana Jayda G sobre a dicotomia música/ sustentabilidade foram também destaques do fim-de-semana.

Em 2022, o Sónar já atingiu as 100 edições realizadas em todo o mundo. Além da estreia em Lisboa, a cidade fundadora, Barcelona, apresenta a 29ª edição entre os dias 16 e 18 de Junho com um programa de música, criatividade e tecnologia, inovador e global, que contará com os espetáculos de grande nomes como The Chemical Brothers, Arca, Moderat, The Blaze, Charlotte de Witte, C. Tangana, Nathy Peluso o The Blessed Madonna, entre mais de 100 artistas.

O Sónar Lisboa 2022 é organizado pela Pixel Harmony, que junta os sócios Made of You (Gustavo Pereira, Paulo Amaral, Raul Duro), João Wengorovius Meneses, Patricia Craveiro Lopes, Gonçalo Félix da Costa e a Kiss, e conta com o apoio do Turismo de Portugal, Câmara Municipal de Lisboa e Turismo de Lisboa.

Sónar Lisboa 2022

LIVECOM | FOTO:DIREITOS RESERVADOS

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