Num feito inédito na história da música lusófona, os Calema tornaram-se no passado sábado, 7 de junho, os primeiros artistas da Lusofonia a encher, em nome próprio, o Estádio da Luz. Com mais de 60 mil fãs presentes, a dupla são-tomense escreveu uma nova página na cultura musical em português, num espetáculo que foi tão grandioso quanto emotivo.
Durante mais de duas horas e meia, o público foi brindado com um desfile de êxitos que marcaram a última década, numa celebração vibrante da música e da identidade lusófona. Do pop ao afrobeat, passando por baladas e ritmos tradicionais, o concerto foi um reflexo da diversidade que une os países de língua portuguesa.
O espetáculo contou com a participação de artistas de renome que ajudaram a tornar a noite ainda mais especial. Do Brasil, Dilsinho juntou-se aos irmãos António e Fradique para interpretar "Leva Tudo", o mais recente single dos Calema. A fadista Sara Correia emocionou com uma versão íntima de "Respirar", enquanto Anselmo Ralph levou o romantismo angolano ao palco.
TAYC, estrela da afro-pop francófona, também marcou presença, assim como Mariza, que dividiu com os Calema o palco em "Maria Joana", uma das canções mais ovacionadas da noite. João Pedro Pais brilhou em "Eu e Tu", e Dino D'Santiago, acompanhado por 16 batucadeiras, protagonizou uma épica interpretação de "Distinu". O jovem Bill Lima, promessa da música são-tomense, foi mais uma prova de que os Calema mantêm vivas as suas raízes.
A surpresa veio com a participação virtual de Soraia Ramos, que apareceu em videochamada na abertura de "O Nosso Amor", arrancando aplausos da multidão. A estes juntaram-se ainda músicos, bailarinos e um coro gospel, compondo uma celebração total da música e da cultura lusófona.
O concerto contou com uma produção de escala internacional: um palco com 60 metros e três passarelas, 400 metros quadrados de ecrãs LED, pirotecnia, efeitos especiais e um cuidado artístico minucioso. A direção ficou a cargo de Hakim Ghorab, com Romain Pissemenn na iluminação, Gab Robert e Dez Soliden na coreografia, e Romain Antonini no styling.
"É um sonho que se tornou realidade, partilhado com 60 mil pessoas", disseram os Calema emocionados. "É uma prova da força e impacto da Lusofonia na cultura. Juntos somos mais fortes."
Este concerto histórico não foi apenas um marco na carreira dos Calema, mas um momento simbólico para todos os que acreditam no poder da música como ponte entre povos e culturas. A Lusofonia esteve em festa, e Lisboa foi o seu palco maior.
Universal Music | Fotos: Direitos Reservados
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