Batida regressa com novo álbum ''Neon Colonialismo''

20-10-2022

Foi estreado no passado fim de semana na BBC, no programa de Gilles Peterson e é apresentado dia 22 em Paris, na La Bellevilloise, a convite de Guts, o histórico produtor de Alliance Ethnik.

Neon Colonialismo é o novo álbum (o primeiro sob sua própria persona artística desde 2014) de Batida aka Pedro Coquenão, o artista Luso-Angolano que tem trabalhado e interagido com muito mais do que um único meio (rádio, música, dança , artes visuais) e é visto como um grande catalisador da cena afro-eletrónica.

Tal como acontece com a maioria do trabalho de Batida, este álbum é construído em torno de um ethos colaborativo e apresenta figuras lendárias, de Bonga e Botto a Branko (para citar apenas os "Bs"...). É provocativo, destinado a ser dançado, a pensar e também a sorrir. O colonialismo parece ser (literalmente) uma peça central, tanto do ponto de vista visual quanto temático.

Neon Colonialismo é sobre luz e será lançado com o selo da Crammed Discs e distribuido digitalmente em Portugal pela Universal Music a 21 de outubro de 2022.

"Poderia falar de uma nova Lisboa que pisca-pisca, mas não é essa a ideia. Reconhecer a história é a única forma de homenagear sua bela luz natural", diz Batida.

A intenção do novo álbum é clara: provocar movimento e pensamento, ao mesmo tempo em que aponta diretamente para o passado colonial.

Conforme indicado nas notas do disco:

Reparar: reparar, em português, é o mesmo verbo que notar, perceber, tomar consciência como é o de restaurar.

As canções de Batida operam simultaneamente em dois planos: uma abordagem histórica que se preocupa com as mudanças sociais, e uma dimensão pessoal e biográfica, como é o caso de "Bom Bom", a canção mágica escrita e gravada com Mayra Andrade, que introduziu o álbum na primavera de 2022.

O modus operandi do Batida sempre foi conhecer e colaborar. Este álbum apresenta o seu cúmplice Ikonoklasta, bem como uma impressionante lista de convidados, incluindo lendas passadas, atuais e futuras de Angola, Portugal, Brasil, Cabo Verde e Reino Unido.

Por ordem de apresentação: DJ Satelite, Bonga, Mayra Andrade, Poté, Nástio Mosquito, DJ Dolores, Octa Push, Lia de Itamaracá, Mário Lúcio, Botto Trindade, Pedro da Linha, João Morgado e Branko.

Neon Colonialismo liga, assim, os dois lados do Oceano Atlântico, e isso reflecte-se na forma como o álbum foi feito: apesar de Lisboa ser a base do Batida, as dez faixas foram criadas viajando entre Luanda, Évora, Berlim, Recife, Londres e Lisboa. Carregados por uma produção subtil e refinada, eles usam instrumentação e electrónica reais, alternam entre canções vocais e instrumentais, e tocam vários géneros ao longo do caminho, da música afro de clube, à kazucuta, ao semba house e outros estilos ainda por definir.

Batida vai apresentar-se em toda a Europa e além. Se não se cruzar com um dos seus sets até final do ano, pode escutar o último episódio de "Neon Colonialismo" o nome do seu programa na Worldwide FM, onde apresenta este seu novo trabalho.

Universal Music | Foto: Manuel Lino

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